Conforme aponta o advogado Christian Zini Amorim, os conflitos fundiários no agronegócio têm se tornado uma preocupação recorrente para produtores e empresários rurais, especialmente diante do aumento da fiscalização, das disputas por terras e da pressão por regularização. A posse e o uso da terra, quando não amparados por documentação sólida e estratégias jurídicas bem definidas, expõem o negócio a riscos patrimoniais, paralisações produtivas e litígios prolongados.
Em um setor onde a terra é o principal ativo, garantir segurança jurídica significa preservar a atividade econômica, manter a produtividade e evitar sanções administrativas ou judiciais. Por isso, a regularização fundiária e a proteção legal da posse são aspectos estratégicos para quem atua no campo.
As causas mais comuns de disputas fundiárias no campo
Grande parte dos conflitos fundiários está relacionada à ausência de registro formal da propriedade, sobreposição de títulos, ocupações antigas não regularizadas ou disputas entre particulares e o poder público. Em regiões de fronteira agrícola ou com histórico de expansão desordenada, essas situações são ainda mais frequentes e complexas.

Segundo Christian Zini Amorim, mesmo produtores que ocupam áreas há décadas podem enfrentar ações judiciais por falta de documentos adequados. Ademais, áreas adquiridas por herança ou contratos informais costumam gerar dúvidas quanto à titularidade legítima. Esse cenário reforça a importância de revisar e atualizar a documentação fundiária antes de qualquer operação ou investimento mais robusto.
Como regularizar a posse e garantir estabilidade jurídica
O primeiro passo para assegurar a propriedade da terra é reunir todos os documentos existentes, como escrituras, contratos de compra e venda, registros em cartório e certidões negativas. Quando não há escritura registrada, é possível recorrer à usucapião, desde que preenchidos os requisitos legais como tempo de posse, ausência de disputa e uso contínuo da área.
Christian Zini Amorim destaca que o processo de usucapião extrajudicial, feito diretamente em cartório, tem se mostrado uma alternativa mais rápida e econômica para regularização de propriedades no meio rural. No entanto, a assessoria jurídica é fundamental para garantir que o procedimento siga todos os trâmites exigidos e não gere nulidades futuras. A regularização fundiária também facilita o acesso a crédito rural e programas governamentais, fortalecendo o negócio.
Contratos e prevenções jurídicas no uso compartilhado da terra
Além da posse direta, muitos produtores firmam contratos de arrendamento, comodato ou parceria agrícola. Nesses casos, o contrato precisa estar bem formalizado, com prazos, condições de uso e responsabilidades definidas. A informalidade nessas relações gera insegurança tanto para o proprietário quanto para o usuário, podendo resultar em litígios complexos.
De acordo com Christian Zini Amorim, cláusulas que tratam de devolução do imóvel, indenizações por benfeitorias e forma de encerramento da relação contratual são fundamentais. A ausência dessas previsões pode levar à judicialização e até à perda do direito de uso, com impactos diretos na produção e no planejamento financeiro do negócio. Prevenir, nesse caso, é muito mais vantajoso do que remediar.
Soluções jurídicas e estratégias para evitar litígios no campo
A atuação preventiva é o caminho mais seguro para evitar conflitos fundiários. Isso inclui a atualização constante da documentação, a formalização de todos os contratos e a resolução extrajudicial de disputas sempre que possível. Métodos como mediação e conciliação têm sido utilizados com sucesso no meio rural, especialmente quando há relações familiares envolvidas ou parcerias antigas.
Christian Zini Amorim comenta que produtores que tratam a terra como um ativo jurídico, e não apenas produtivo, têm maiores chances de manter a estabilidade do negócio. A segurança fundiária permite investimentos de longo prazo, acesso a crédito, expansão de atividades e proteção patrimonial contra terceiros. É, portanto, uma base sólida para o crescimento sustentável no agronegócio.
Autor: Lara Amphetrion
