Em um cenário jurídico historicamente marcado por desigualdades de gênero, discutir a presença das mulheres no Direito é uma necessidade urgente. O Dr. Aroldo Fernandes da Luz ressalta que a representatividade feminina na advocacia não diz respeito apenas a números, mas ao reconhecimento do valor, da competência e das contribuições únicas que as advogadas trazem para a profissão e para a sociedade.
Ao longo das últimas décadas, o número de mulheres nas faculdades de Direito e nos quadros da OAB cresceu significativamente. No entanto, a presença feminina nos espaços de liderança, nos grandes escritórios e nos cargos de maior visibilidade ainda é desproporcional em relação aos homens. A busca por igualdade nesse ambiente é, portanto, uma questão de justiça, equidade e fortalecimento institucional.
Quebrando barreiras históricas
A entrada das mulheres na advocacia brasileira enfrentou resistência durante muito tempo. Por séculos, o exercício da profissão era associado exclusivamente ao universo masculino. Foi apenas no início do século XX que as primeiras mulheres começaram a atuar como advogadas no Brasil — e, mesmo assim, enfrentando inúmeros preconceitos.
Segundo o advogado Aroldo Fernandes da Luz, essa trajetória histórica ainda impacta a forma como as mulheres são vistas no meio jurídico. Muitas vezes, precisam provar sua competência em dobro, enfrentam barreiras veladas no crescimento profissional e ainda convivem com desafios relacionados à conciliação entre a carreira e a vida pessoal.
Por que representatividade importa
A presença de mulheres em posições de destaque dentro da advocacia contribui para decisões mais sensíveis, inclusivas e alinhadas com a diversidade da sociedade. Quando há pluralidade na composição dos ambientes jurídicos, as soluções legais passam a considerar realidades distintas e os espaços tornam-se mais democráticos.
Além disso, o exemplo de advogadas em posições de liderança inspira novas gerações de profissionais. O Dr. Aroldo Fernandes da Luz destaca que ver mulheres ocupando cargos de sócias, juízas, promotoras ou professoras universitárias ajuda a desconstruir estereótipos e ampliar o horizonte de possibilidades para jovens que estão ingressando na carreira jurídica.

Desafios enfrentados pelas advogadas
Embora as mulheres sejam maioria nas inscrições da OAB em muitos estados, ainda há uma lacuna importante em relação a oportunidades reais de crescimento. Diferenças salariais, assédio moral e sexual, exclusão de ambientes de decisão e a ausência de políticas de inclusão são obstáculos enfrentados por muitas profissionais diariamente.
O advogado Aroldo Fernandes da Luz afirma que o combate a essas desigualdades deve ser responsabilidade de todos os integrantes da comunidade jurídica. É preciso promover ações efetivas para garantir equilíbrio nas oportunidades, implementar códigos de conduta rigorosos e estimular ambientes de trabalho mais acolhedores e equitativos.
Iniciativas que promovem equidade
Felizmente, nos últimos anos, diversas instituições e movimentos têm atuado para promover a representatividade feminina na advocacia. Projetos de mentoria, eventos voltados à valorização de advogadas, comissões da mulher advogada na OAB e políticas internas de equidade em grandes escritórios são exemplos de avanços concretos.
No entanto, o Dr. Aroldo Fernandes da Luz reforça que esses esforços não podem ser pontuais ou meramente simbólicos. A equidade de gênero deve ser tratada como parte da cultura organizacional, com metas claras, acompanhamento contínuo e comprometimento real com a mudança.
A contribuição das mulheres para a advocacia humanizada
Além da competência técnica, as mulheres advogadas costumam trazer para o exercício profissional uma abordagem mais empática, colaborativa e centrada no ser humano. Essa visão tem se mostrado cada vez mais relevante em uma advocacia que se afasta do modelo combativo e se aproxima de soluções dialogadas e preventivas.
O advogado Aroldo Fernandes da Luz acredita que a valorização dessas competências amplia a qualidade do serviço jurídico e contribui para relações mais saudáveis entre clientes, colegas e instituições. A presença feminina fortalece, portanto, não apenas a diversidade, mas também a qualidade da advocacia.
Conclusão
A representatividade feminina na advocacia é essencial para a construção de um sistema jurídico mais justo, moderno e plural. O Dr. Aroldo Fernandes da Luz conclui que promover a equidade de gênero no meio jurídico não é apenas uma questão ética — é uma estratégia de fortalecimento institucional e um compromisso com a democracia. Ao valorizar e ampliar os espaços ocupados por mulheres, a advocacia brasileira avança rumo a um futuro mais inclusivo e transformador.
Autor: Lara Amphetrion